Forças, fraquezas, oportunidades e ameaças

Uma técnica muito eficaz que costumo utilizar no processo de coaching é a matriz SWOT, que é uma matriz de mapeamento das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do coachee (aquele que realiza o trabalho de coaching). A sigla SWOT representa justamente esses quatro aspectos; strenghts (forças), weakness (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).

As forças internas são as habilidades e competências pessoais, que se apresentam e podem ser exploradas em nós. Às vezes pode ser um dom natural, outras vezes pode ser uma habilidade técnica que foi desenvolvida por algum certo tempo, mas elas sempre serão pontos fortes que estão a favor quando pensamos em alcançar alguma meta. Ou seja, são aspectos que, uma vez conhecidos e mapeados, devem ser efetivamente utilizados de forma alinhada com nossos objetivos.

As fraquezas pessoais são justamente os nossos pontos fracos, aqueles aspectos que precisamos melhorar e aperfeiçoar. Às vezes, dependendo do caso, é necessário até mesmo criar estratégias para neutralizar os pontos fracos, criando em torno deles mecanismos de prevenção.

A grande característica das forças e fraquezas internas é que elas estão no alcance do nossa intervenção, justamente por serem aspectos da nossa personalidade, e por isso podem ser exploradas, potencializadas, corrigidas ou amenizadas, conforme o caso. Digamos que o uso ou o desuso delas é de nossa competência e de mais ninguém.

Ao contrário, as oportunidades e ameaças da matriz SWOT são aspectos ligados à ambiência que nos cerca, isto é, são as condições externas às quais estamos submetidos. Essas condições podem ser traduzidas por oportunidades que se alinham com nossos objetivos ou por aspectos que ameaçam a conquista deles. Tais condições não dependem apenas de nós, e por isso devemos redobrar a atenção sobre elas para não perder as chances que se apresentam oportunamente a nós e também neutralizar os fatores que nos desviam do nosso caminho.

Vamos fazer um pequeno exercício de abstração para entender melhor a matriz SWOT. Suponha que meu objetivo seja cantar, que eu queira me tornar um cantor profissional. Esse é o primeiro passo importante para usar corretamente o mapeamento SWOT, ou seja, definir com clareza qual é o objetivo, a meta. Durante o processo de mapeamento, ficou evidente que tenho uma boa voz, entonação consistente e afinação suficiente para cantar. Essas seriam minhas habilidades, meus pontos fortes. Entretanto, sou ansioso e fico nervoso ao subir no palco, pois não consigo lidar bem com com a tensão de errar, de ser observado e avaliado. Essas são as limitações que devo trabalhar, para que elas não se tornem obstáculos que se contraponham aos meus dons naturais.

Depois de algum tempo praticando o canto, um amigo que abriu uma casa de shows me convida para fazer ali uma apresentação. Uma chance é sempre um momento de crescimento, e eis aí que uma oportunidade importante pode ser bem aproveitada. O coração bate forte, feliz com o convite. Entretanto, ao perguntar quantas pessoas são esperadas para o evento, a resposta foi desafiadora: 1.500 pessoas! Só de imaginar o público as mãos começaram a suar! Junto com a oportunidade, uma ameaça (e quase sempre é assim). O que fazer?

Preste muita atenção que agora é que está o pulo do gato. Apenas fazer o mapeamento SWOT não é suficiente, é preciso saber o que fazer com ele. Guarde bem a seguinte associação de palavras: forças internas – uso; fraquezas internas – prevenção; oportunidades – aproveitamento; ameaças – proteção. Qualquer estratégia deve ser baseada no uso dos pontos fortes, prevenção das fraquezas, aproveitamento das oportunidades e proteção nas ameaças externas. Assim, o que devo fazer é ensaiar intensamente para usar a voz que tenho e assim fortalecer a performance (uso), escolher um repertório onde provavelmente haverá menos chance de erro – abrindo o show com a música que melhor sei cantar – e, assim, menos chance de nervosismo (prevenção), aproveitar ao máximo a oportunidade para alavancar minha experiência como cantor (aproveitamento) e, finalmente, pedir que sejam desligadas as luzes da plateia de forma que eu não precise encarar a multidão de frente (proteção).

É claro que para cada situação, cada SWOT é necessário uma estratégia diferente, e aqui apresentamos apenas uma simplificação didática do método. Mas o fundamental em todo coaching é entender que se trata de um processo de autoconhecimento, e por isso, de crescimento – o que significa dizer sair da zona de conforto e alcançar novos horizontes.

Se você busca aperfeiçoamento pessoal, seja lá em que área for, comece a mapear seu padrão SWOT e traçar estratégias para eles através do uso, prevenção, aproveitamento e proteção. Tenho certeza que seus resultados serão positivos.

Votos de Luz,

Gustavo Mokusen.

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